Expansão da rede federal, segundo o MEC, seria feita em cinco anos
O governo pretende contratar cerca de 49 mil professores e funcionários, nos próximos cinco anos, para a expansão de universidades e escolas técnicas federais. Foi o que disse ontem o ministro Fernando Haddad, após participar de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara. O número exato seria fechado à noite, em Reunião no Ministério do Planejamento. Hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Haddad reúnem-se com reitores de 53 universidades federais para assinar os termos de adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
- Não se assustem com o número. Se quisermos educar o país, precisamos contar com professores e técnicos. A escala é gigantesca - disse Haddad.
O governo promete repassar R$2 bilhões às universidades até 2012. Em contrapartida, vai cobrar aumento geral de matrículas, cursos noturnos e produtividade. As universidades atendem 589 mil alunos de graduação e empregam 58 mil docentes, segundo o último Censo do Ensino Superior, que tem dados de 2006. A meta do Reuni é ampliar em 52% as vagas oferecidas anualmente a partir de 2012, saltando de 149 mil para 227 mil calouros a cada ano. O projeto deverá especificar o número de docentes e funcionários destinados a cada instituição.
Os concursos serão realizados já a partir deste ano, à medida que os projetos de expansão saiam do papel. Segundo Haddad, a idéia é contratar 13 mil docentes e 12 mil servidores técnico-administrativos nos próximos cinco anos. Para isso, o Congresso precisa aprovar a criação dos cargos.
Hoje há 12.664 professores para 173 mil estudantes
Os demais profissionais serão contratados para a ampliação da rede de escolas técnicas, que oferecem cursos de nível médio e superior. O Ministério da Educação prevê a necessidade de mais 12 mil professores e 12 mil técnicos nesses estabelecimentos.
A rede federal de educação profissional e tecnológica conta atualmente com 12.664 professores para atender 173 mil estudantes, em 180 instituições de ensino. A expansão proposta pelo governo prevê a criação de 174 novas escolas, das quais apenas 24 já estão em obras. As demais ainda serão construídas ou instaladas em prédios doados por prefeituras. A meta do governo é atender 500 mil estudantes em 2010, em 354 centros federais de ensino tecnológicos (Cefets) e escolas agrotécnicas.
O Reuni prevê o aumento do número de cursos de graduação presenciais dos atuais 2.570 para 3.601, em 2012. Parte deles deverá ser oferecida à noite, saltando dos 725 cursos noturnos que existem hoje para 1.299, também em 2012. As vagas à noite deverão subir de 38.711 para 79.215 no mesmo período.
O número de alunos por professor nas universidades, um dos principais indicadores de produtividade, deverá subir de 12 para 18. As instituições terão que abrir mais cursos de licenciatura que formam professores. Hoje são 931. Em 2012, deverão ser 1.198. As vagas em licenciaturas terão que subir de 49.551 para 71.191.
Publicado originalmente em O Globo - 13/03/2008