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UFSC pretende derrubar proibição a cotas raciais e sociais

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pretende entrar hoje (23) com recurso contra a decisão da Justiça Federal no estado que ordenou a suspensão do sistema de cotas raciais e sociais da instituição. O presidente da Comissão Permanente do Vestibular da UFSC, Edemir Costa, declarou que, assim que recebeu a notificação da Justiça, informou à Procuradoria da Universidade, que prepara a argumentação de defesa para derrubar a liminar

A UFSC tem 48 horas a partir da notificação para apresentar o recurso. Apesar de contestar a constitucionalidade de todas as políticas afirmativas no Ensino Superior, a decisão judicial não assustou outras universidades que aderiram à prática. As instituições se queixaram da avaliação feita pelo juiz, mas apostam num entendimento oposto por parte de instâncias superiores. “Uma decisão desse tipo é um atropelo grosseiro da autonomia das universidades e uma violência contra os jovens aprovados no vestibular”, explica o reitor Thimoty Mulholland, da Universidade de Brasília.
Fragilidades – Em entrevista, o coordenador do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Leandro Tessler, avalia que o caso expõe as fragilidades do sistema de cotas. Apesar de ser contra a tese de que não há previsão legal para o modelo, Tessler acredita que houve uma pressa exagerada do governo em defendê-lo. “Não houve uma reflexão cuidadosa e necessária para um assunto dessa natureza”, explica. Em vez das cotas, a Unicamp buscou um modelo diferenciado de política afirmativa. Alunos da rede pública ganham 30 pontos a mais na nota final. Desses, negros, pardos e índios obtêm outros 10.

Publicado originalmente em 23/01/2008
Nos jornais O Estado de São Paulo (SP), por Clarissa Oliveira; Gazeta do Povo (PR); Diário Catarinense (SC); A Gazeta (MT); Correio do Povo (RS); e Zero Hora (RS).