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Movimento e democracia saem igualmente fortalecidos

Estudantes protestam na reitoria da UNB - foto Gazeta onlineA ocupação da Universidade de Brasília (UnB) foi um movimento mais que vitorioso. O sucesso do movimento pode ser visto por vários ângulos. O primeiro, o mais óbvio, é o afastamento do antigo comando (reitor e vice-reitor). As denúncias de uso indevido de recursos públicos exigiam mesmo o afastamento. Não se trata de uma reivindicação de movimento estudantil, mas de uma questão de moralidade pública.

O segundo traço da vitória do movimento foi a nomeação de um comando provisório que, em suas primeiras ações, demonstra capacidade de entendimento e negociação. O reitor temporário, Roberto Aguiar, entrou no prédio ocupado falando em diálogo e administração compartilhada. Sinal muito positivo, tanto do ponto de vista administrativo quanto da perspectiva do movimento estudantil.

O acompanhamento por parte da comunidade escolar da administração de uma escola de ensino superior pública é o mínimo que se espera em uma sociedade democrática. Significa transparência das decisões, sejam elas de caráter financeiro, administrativo ou pedagógico.

Já do ponto de vista do movimento estudantil, os ganhos também não são pequenos. Existir organização de universitários reivindicando algo que não seja passe livre e melhoria na qualidade dos bandejões é um ótimo sinal.

O engajamento político dos estudantes em questões da política nacional e no combate à corrupção é fundamental. Ao contrário do que diziam os militares, política é também coisa de estudante. E o encolhimento do movimento estudantil não contribui para a democracia. Aliás, escândalos, como o do mensalão, seriam mais do que justificativa para que os estudantes ganhassem as ruas.