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Militares confessam participação no assassinato de jovens do Morro da Providência

Depois de um dia de manifestações, policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) reforçaram a segurança no final da noite desta segunda-feira (16) na área da Central do Brasil e do Comando Militar do Leste (CML), ambos no Centro do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, o clima é de aparente tranquilidade no local.

Mais cedo, manifestantes fizeram um protesto em frente ao Comando Militar do Leste (CML) contra a morte de três jovens, que teriam sido levados por militares que estavam no Morro da Providência, na Zona Portuária da cidade, no sábado (14), a traficantes de uma outra comunidade. Soldados do Exército continuam ocupando os principais pontos da favela.

Houve muita confusão no local, com bombas de efeito moral e de gás
lacrimogênio sendo jogadas, e carros, que estavam estacionados,
danificados.

Os manifestantes saíram direto do enterro das
vítimas e, já no CML, estenderam faixas de protesto. Segundo
testemunhas, quando chegaram na Avenida Presidente Vargas, eles
desceram dos veículos e ficaram nas ruas das imediações, como na
própria Presidente Vargas e na Avenida Marechal Floriano, o que impediu
o tráfego dos carros.

Eles saíram do Cemitério São João Batista,
em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Cerca de dez ônibus foram usados para
o trajeto, além de kombis. Durante o percurso, a Polícia Militar
escoltou o grupo, para evitar confusões.
 
 Exército anuncia que vai continuar no Morro da Providência
A
presença das Forças Armadas na região começou a ser questionada por
moradores da comunidade depois que três militares confessaram em
depoimento a participação na morte de três jovens.

“O Exército
permanecerá realizando a segurança do pessoal, material e equipamentos
empregados nas obras do Projeto Cimento Social, no Morro da
Providencia, destacando que como instituição nacional, o Exercito está
comprometido com os superiores interesses e as aspirações da sociedade
brasileira”, declarou o chefe de comunicação social do Comando Militar
do Leste, coronel Carlos Alberto Neiva Barcellos.
 
 Militares acusados de entregar jovens a traficantes
Ao
todo, 11 militares do Exército estariam envolvidos no crime e tiveram
prisão decretada pela Justiça no domingo. Três deles confessaram o fato.

Na
delegacia, eles confessaram que detiveram os jovens por achar que um
deles estaria armado. Durante a revista houve confusão, e os jovens
foram levados para a 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico para
autuá-los por desacato. No local, o capitão responsável não quis autuar
os jovens, e pediu para liberá-los.

Os militares então levaram
os jovens para o Morro da Mineira. Segundo a polícia, traficantes da
Providência e da Mineira são rivais. De acordo com a delegacia, os
militares entregaram os jovens aos traficantes da região e saíram em
seguida. Eles não cobraram dinheiro ou favor dos criminosos ao entregar
as vítimas.

Os corpos das vítimas foram encontrados no domingo,
no Aterro Sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense. No sábado (14)
e no domingo (15), moradores fizeram protestos contra o Exército,
acusando-os de ter matado os jovens. 

Publicado em 17/06/2008
Pelo site G1

Leia também o artigo de Fábio Koifman para o Observatório da Imprensa