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Mais gastos no setor público não garantem melhores resultados

Em artigo, a diretora de redação adjunta do Valor Econômico, Claudia Safatle, comenta estudo feito por integrantes da Secretaria de Planejamento e Gestão do Rio Grande do Sul. Eles elaboraram o Índice de Qualidade do Gasto Público (IQGP) das administrações diretas dos 27 estados da Federação, para as áreas de Saúde, Educação, Segurança Pública, Judiciário e Legislativo, com base de dados de 2005

Em seguida compararam as despesas totais com o retorno obtido pela população na forma de bem-estar social. O trabalho – realizado por Júlio Brunet, Ana Maria Bertê e Clayton Borge – demonstra que gastar mais no setor público não traz, proporcionalmente, o melhor resultado para a população. No quesito Educação, por exemplo, o Rio Grande do Sul é o estado mais bem classificado. O Índice de Qualidade do Gasto (se maior que 1, melhor) gaúcho é de 2,85, o mais elevado do País, com gasto per capita de R$ R$ 161,57. O Distrito Federal é o campeão do gasto em educação (R$ 994,02 per capita), mas seu IQGP é de 0,84, levando-o a ocupar a 18ª posição em relação à qualidade dessa despesa. Já São Paulo gasta R$ 376 por aluno, mas é o 12º no ranking. Para a autora do artigo, é possível concluir que na função Educação, despesas elevadas não significam, necessariamente, melhores retornos.“Portanto, antes de retirar mais dinheiro da sociedade os governos deveriam olhar pra dentro e para os lados e se perguntar o que está errado”, sentencia.

Publicado originalmente em 25/01/2008
Pelo jornal Valor Econômico (SP), por Claudia Safatle