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MAC inaugura módulo comunitário no Morro do Palácio

No sábado, dia 20, foi inaugurado o "Maquinho" no Morro do Palácio, em Niterói.  O Módulo de Ação Comunitária - Maquinho - é o resultado do projeto Comuniarte-Palácio, desenvolvido pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC )em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), os jovens moradores do Morro do Palácio, o The Andy Wahrol Museum e outras instituições que deram apoio ao projeto

A iniciativa de construir uma versão menor do MAC no alto do morro partiu do conceito de "Arte Ação Ambiental" que busca romper barreiras sociais e aproximar a comunidade da arte, educação e cidadania. Luiz Guilherme Vergara que é  Professor do curso de Produção Cultural da UFF e Diretor do MAC é quem assina a coordenação geral do projeto. A sede arquitetada também por Oscar Niemayer, surge como reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo museu na comunidade.

O espaço de troca entre jovens do Palácio e universitários foi o lema do projeto piloto Comuniarte, que serviu de plataforma para a inauguração do Maquinho em conjunto com projeto "Arte Ação Ambiental", desenvolvido no MAC desde o ano de 1999. O Comuniarte teve inicio em março de 2008 e contou com a participação direta do Observatório Jovem. A doutoranda da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Observatório Ana Karina Brenner  foi a coordenadora pedagógica do projeto que reuniu 29 pessoas, entre  artistas, professores  e alunos de seis cursos da UFF e jovens do Morro do Palácio.

O coordenador do Observatório Jovem Paulo Carrano foi o orientador acadêmico de dois projetos: Chapadão (exposição fotográfica dos jovens do Palácio sobre a área de lazer do alto do morro) e Fundo de Saberes. O professor salientou  o diálogo entre a escola e a comunidade como foco do projeto Fundo de Saberes. “O principal objetivo do projeto Fundo dos Saberes é criar uma interface entre os saberes escolares e populares. Utilizar do conteúdo que o jovem da comunidade tem para potencializar o conhecimento escolar”, acentuou o professor Carrano.

O convívio com os jovens do Palácio resultou em outro projeto de pesquisa: Territórios juvenis na cidade de Niterói. O projeto que está em andamento no Observatório Jovem procura analisar redes sociais e percursos dos jovens do Morro Palácio na cidade. O produto final da pesquisa será um documentário e  artigo com  balanço geral do estudo que serão lançados em 2009.

Ao longo de nove meses de projeto piloto o Comuniarte desenvolveu oficinas para que os jovens da comunidade se tornassem capazes de retratar a própria realidade e estabeleceu uma ponte entre a Universidade e a comunidade com a participação dos estudantes da UFF. Os jovens tiveram dois meses de aula. Foram introduzidos a conceitos básicos nas áreas de Geografia, Letras, Pedagogia, Jornalismo, Produção Cultural, Artes e Medicina para que tivessem uma base antes de iniciarem as oficinas que contaram com a participação de universitários oriundos dessas seis áreas do saber e artistas. 

Nas oficinas ministradas por cinco artistas residentes dezoito jovens da comunidade aprenderam serigrafia (processo de impressão no qual a tinta é vazada  pela pressão de um rodo ou puxador),  expressão corporal através das aulas de corpo e dança, reciclagem de plásticos e giga pan (fotografias em tamanho gigante). Os jovens  puderam aprender com os universitários e professores técnicas de fotografia e audiovisual.

Ana Karina fez um balanço das ações do projeto ao longo do ano de 2008, a doutoranda foi pragmática e não deixou de pontuar as falhas do projeto. “Como todo projeto piloto a gente tem resultados positivos e negativos. Acho que o período de formação dos jovens foi curto. Faltou uma conexão maior com os artistas residentes, o número tinha que ser maior” disse Ana. Mas a coordenadora pedagógica salientou o que acredita ser o ponto alto do Comuniarte: “A relação entre jovens da comunidade popular e universitários foi o mais interessante. A possibilidade dos estudantes da UFF poderem conhecer por dentro a realidade dos moradores do Palácio e a existência, de um espaço (Maquinho) para que haja essa troca foi o ganho do projeto”, pontuou. Ana Karina ainda mencionou a importância do Maquinho para a articulação do conhecimento acadêmico com o artístico.

O resultado do Comuniarte poderá ser conferido na página da Internet do Arte Ação e  a partir de sábado (20) com a inauguração de uma dupla exposição de trabalhos desenvolvidos pelos jovens da comunidade durante as oficinas . Na área externa do MAC às 10h de sábado terá inicio a cerimônia de abertura com exibição de parte das exposições.  Às 11h uma caminhada do saguão do MAC até o alto do Morro do Palácio dará inicio a segunda parte do evento, que  terminará com a inauguração do Maquinho e do restante das exposições relacionadas com os projetos: Casos e Casas, Fotografia do Chapadão, Memória do Campo de Futebol, Fundo de Saberes de Jovens Estudantes, Memórias e Brincadeiras e Geografia Afetiva do Morro. 

Veja aqui o convite.