RESUMO
ZANETTI, Julia Paiva. Jovens Feministas: Um estudo sobre a participação juvenil no feminismo do Rio de Janeiro. Orientador: Paulo César Rodrigues Carrano. Niterói-RJ/UFF, 13/05/2009. Dissertação (Mestrado em Educação), 87 páginas. Campo de Confluência: Diversidade, Desigualdades Sociais e Educação; Linha de Pesquisa: Práticas Sociais e Educativas e Jovens e Adultos.
Ao longo de sua história o feminismo contou com a participação de inúmeras gerações juvenis, mas só muito recentemente as jovens passaram a reivindicar reconhecimento, espaços e discussões específicas de juventude dentro do movimento, assim como foi feito pelas feministas negras e lésbicas a partir dos anos de 1980. A presente dissertação busca compreender os elementos que contribuem para a constituição da identidade de jovens feministas e analisar sua inserção contemporânea no movimento feminista na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Para isto, além do levantamento bibliográfico, foram utilizadas como estratégias metodológicas a observação de atividades do movimento, a análise de alguns de seus documentos e entrevistas semiestruturadas com jovens e adultas militantes feministas. Considerando que nenhum fenômeno de ação coletiva expressa uma linguagem unívoca, dentro da diversidade que compõe o feminismo, duas das principais articulações feministas de atuação local e nacional foram tomadas como referência: a Articulação de Mulheres Brasileiras e a Marcha Mundial das Mulheres. Inicialmente, o trabalho apresenta breve retrospectiva histórica do feminismo, onde se registra a relevância da sua atuação para as inúmeras conquistas em direção à equidade entre mulheres e homens. Ente as jovens entrevistadas, a articulação das identidades feminista e juvenil revela como traços comuns a forte referência na figura materna e a inserção das jovens em ONGs e/ou outros movimentos como definidora de sua aproximação ao feminismo, do qual muitas vezes não tinham uma boa imagem. A participação delas é marcada por diferentes percepções acerca das relações intergeracionais: há quem as perceba de forma harmoniosa; há aquelas que identificam conflitos, mas assumem o lugar de herdeiras do legado do movimento; e há tantas outras que problematizam estas relações e não aceitam o lugar que, muitas vezes, lhes é destinado dentro do movimento. No que se refere a pautas específicas das jovens, constatase que mais do que apresentar novas pautas, o que acontece é a demanda de um recorte geracional de questões já defendidas pelo movimento. Em relação aos espaços específicos para fortalecimento das jovens dentro feminismo, apenas uma das entrevistadas não os considera necessário. No entanto, diferente do que acontece em âmbito nacional, no Rio de Janeiro este segmento ainda não se constituiu enquanto sujeito coletivo.
PALAVRAS-CHAVE: JUVENTUDE, FEMINISMO, PARTICIPAÇÃO JUVENIL
Ano da defesa: 2009
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