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Jovens estão atrasados na escola, conclui estudo do Ipea

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Jornal do Brasil

BRASÍLIA - Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio, etapa de ensino adequada para esta faixa etária, e apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior em 2007. Esses são alguns destaques da pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, divulgada terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

O estudo aponta, no entanto, que houve avanços no acesso de jovens à educação. Em 2007, 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola. O problema está no atraso para concluir os estudos: apenas 48% estava no ensino médio.

O Ipea mais uma vez constatou que a cor, o nível de renda e o local onde mora o jovem também interferem nas oportunidades de acesso. Em 2007, 57% dos brasileiros de 15 a 17 anos que residiam em áreas metropolitanas, por exemplo, frequentavam o ensino médio, contra pouco menos de 31% no meio rural.

No ensino superior, entre 1996 e 2007, a taxa de frequência líquida cresceu 123%. Mas o percentual de jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos que têm acesso à etapa ainda é apenas de 13% – muito abaixo da meta de 30% estipulada para 2011 no Plano Nacional de Educação (PNE). O estudo mostra que a renda é um fator determinante para o acesso do brasileiro à universidade: a taxa de frequência daqueles que têm renda mensal per capita de cinco salários mínimos ou mais (55%) é dez vezes maior do que entre a população que ganha até meio salário mínimo (5%).

Outro dado negativo da pesquisa é o de que o Brasil ainda tem 1,5 milhão de jovens (15 a 29 anos) analfabetos. Segundo o estudo, “a manutenção do número de analfabetos no país em patamar elevado está relacionada à baixa efetividade do ensino fundamental”. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) de 2007, 44,8% das pessoas analfabetas com 15 anos ou mais já haviam frequentado a escola.

Pelo lado positivo, a pesquisa mostra que caiu, entre 1982 e 2007, a parcela dos jovens de 15 a 19 anos que só participam do mercado de trabalho. Já a parcela dos que só estudam ou estudam e participam do mercado de trabalho teve aumento. Em 1982, eram 27% dos jovens que só estudavam, enquanto 16% estudavam e participavam do mercado de trabalho; outros 40% só participavam do mercado de trabalho. Já em 2007, 41,3% dos jovens de 15 a 19 anos só estudavam, enquanto 25,9% estudavam e participavam do mercado de trabalho; a parcela dos que só participam do mercado de trabalho caiu a 21,6%. A pesquisa considera como participantes do mercado de trabalho tanto aqueles que efetivamente trabalham quanto os jovens que procuram emprego.

Na próxima faixa etária, de 20 a 24 anos, a maioria dos jovens só participava do mercado de trabalho em 2007: 58,5%, ante 59,3% em 1982. Mas aumentou a proporção dos que só estudam (de 5,7% para 7,8%) e dos que estudam e trabalham (10% para 17,4%). Esse movimento é explicado pela queda dos que nem estudavam nem participavam do mercado de trabalho (de 25,1% em 1982 para 16,3% em 2007). (Com agências)

21:49 - 19/01/2010

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Leia a íntegra do livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil

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