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Ensino básico público no País supera meta no Ideb

 A educação básica pública brasileira superou em 2007 as metas de qualidade determinadas pelo governo federal para 2009. É o que revelam os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que foi divulgado nesta quarta-feira, 11, pelo Ministério da Educação (MEC)


O Ideb foi criado no ano passado pelo governo e leva em conta as taxas de aprovação, abandono escolar e o desempenho em duas avaliações nacionais feitas em 2007, o Saeb e a Prova Brasil. Anuncio foi feito pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista coletiva em Brasília, transmitida ao vivo pela internet


Segundo dados aos quais o Estado teve acesso, a nova média brasileira de 1ª a 4ª série é 4,2. O Ideb vai de 0 a 10. No ano passado foram divulgados os índices com relação às avaliações de 2005 e a média era de 3,8 (crescimento de 10,5%). No entanto, a meta que tinha sido traçada para que o País alcançasse em 2007 era de 3,9. Chegou, inclusive, ao objetivo para 2009, que era 4,2.


Haddad comemorou o resultado, mas ponderou: "Não é porque cumprimos a meta de 2009 que podemos arrefecer nosso movimento em favor da educação. Vencemos a primeira etapa, um pequeno trecho do nosso longo percurso."


Segundo informações do MEC, o Nordeste foi a região que mais contribuiu para o aumento da nota do País. As médias dos nordestinos superaram as metas de 2007 e de 2009. Minas Gerais foi o único Estado que não atingiu a meta de 2007 entre 1ª e 4ª série. No nível de 5ª a 8ª, apenas Amapá e Pará não o fizeram.


O Ideb obtido por alunos de 5ª a 8ª série no Brasil foi de 3,8, o que representa aumento de 8,57%. Nesse nível de ensino, a meta para 2007 já tinha sido atingida (3,5), mas agora passou também o índice previsto para 2009, que era de 3,7. O ensino médio teve a média mais baixa, de 3,5, mesmo assim igualou a meta de 2009.
 

Maria Auxiliadora Rezende, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), disse, em entrevista à Agência Brasil, que os resultados mostram que o país está reagindo. “Acho que sinaliza, em primeiro lugar, que é preciso continuar na mesma linha de tirar o regime de colaboração [entre governos estaduais, municipais e federal] do papel na construção de um sistema nacional de educação, ainda que informal”, avalia Maria Auxiliadora.

Estados

O melhor desempenho foi do Nordeste que, segundo a Agência Brasil, superou as metas para 2009 em todos os níveis. Nas séries iniciais, a nota passou de 2,9 para 3,5. Nas séries finais, o índice subiu de 2,9 para 3,1 e no ensino médio, de 3,0 para 3,1. Em 2005, o Nordeste havia registrado os piores índices em todo o país. Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), os municípios com os piores resultados receberam prioridade no atendimento, com auxílio financeiro e técnico.

Segundo Maria Auxiliadora, os estados que registraram maior crescimento de 2005 para 2007 são aqueles que têm uma política contínua na área, o que significa que o bom resultado não é fruto exclusivo do PDE. “A gente pode conseguir mudar a lógica da educação. Alguns países já fizeram isso, é preciso assegurar a continuidade de políticas públicas e o compromisso com a área”, defende.

Apesar dos avanço do Ideb no Nordeste, em 2007, segundo a Agência Brasil, todos os estados da região registraram notas abaixo da média nacional (4,2 pontos) na comparação dos resultados das séries iniciais (1ª a 4ª série). Além dos nove estados dessa região, todas as unidades federativas do Norte também registraram índices inferiores a 4,2.

Em todo o país, o Distrito Federal e o Paraná foram os estados com melhores resultados nos primeiros anos do ensino fundamental, empatados com 5 pontos. Em comparação a 2005, Maranhão, Mato Grosso e Alagoas foram os estados que registraram a melhor evolução, com o crescimento de 0,8.

A educadora avalia que o Brasil ainda precisa avançar. "Acho que tem que ficar um alerta, ainda estamos longe do ideal em termos de número. De 0 a 10, a gente está no 4,2, isso é muito sério, muito grave. O nosso prejuízo histórico é muito grande", indica.