"Com certeza, num primeiro momento devemos ter redução no número de
vagas para estudantes. [A medida] vai onerar, sim. Num primeiro momento
o impacto será negativo, mas é preciso uma mudança cultural sobre o que
é o estágio, e a lei ajuda nisso. Quando as empresas assimilarem essa
mudança cultural, pode haver recuperação, mas nada disso vai acontecer
a curto prazo", avaliou.
O texto, que seguiu para sanção de Lula, prevê férias remuneradas de 30
dias para estágio com duração igual ou superior a um ano, a serem
gozadas "preferencialmente durante as férias escolares". No caso de
estágio inferior a um ano, as férias são proporcionais. As empresas
também terão de contratar, em favor do estagiário, seguro contra
acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de
mercado.
O estágio não-obrigatório passa a ser remunerado. Essa medida, no
entanto, não preocupa o IEL, uma vez que pesquisas indicam que o país
tem 700 mil estagiários e, segundo o instituto, são poucos os que não
recebem remuneração. Segundo Romeiro, o valor pago varia de R$ 300 a R$
2.000.
De autoria do senador Osmar Dias (PDT-PR), o projeto tramitou por cinco
anos no Congresso antes de ser aprovado pela Câmara, na quarta. Entre
as mudanças, estão regras que as empresas devem cumprir para não
caracterizar o vínculo empregatício do estagiário.
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