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Boletim Juventude em Cena

A faceta mais polêmica das ações afirmativas, no entanto, tem sido a reserva de cotas para negros e negras. Com esse boletim, apresentamos reflexões de diferentes segmentos envolvidos no debate: pesquisadores favoráveis e contrários, liderança de movimentos juvenis e jovens beneficiários das cotas

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Nº 03 - Março - 2007
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juventude, Raça e Políticas Públicas
 

De acordo com dados do Governo Federal, 25 universidades adotaram estratégias que visam incluir segmentos pouco presentes no ensino superior: negros, índios, pobres e estudantes de escolas públicas. Trata-se de experiências de ações afirmativas, que assumem características bastante peculiares em cada uma dessas instituições.

A faceta mais polêmica das ações afirmativas, no entanto, tem sido a reserva de cotas para negros e negras. Desde a iniciativa inaugural, no Rio de Janeiro, acadêmicos, pesquisadores e ativistas dividem a arena entre aqueles que defendem ou repudiam este tipo de política. Para os primeiros, a implementação das ações afirmativas para negros, sendo as cotas uma delas, é prova de que o governo reconhece a existência do racismo e que ele é parte integrante dos mecanismos de perpetuação da iniqüidade social. Para os segundos, as ações afirmativas podem "racializar" ainda mais a sociedade brasileira, contribuindo para a polarização "branco x negro" e ressuscitando e reforçando discriminações.

A faceta mais polêmica das ações afirmativas, no entanto, tem sido a reserva de cotas para negros e negras. Desde a iniciativa inaugural, no Rio de Janeiro, acadêmicos, pesquisadores e ativistas dividem a arena entre aqueles que defendem ou repudiam este tipo de política. Para os primeiros, a implementação das ações afirmativas para negros, sendo as cotas uma delas, é prova de que o governo reconhece a existência do racismo e que ele é parte integrante dos mecanismos de perpetuação da iniqüidade social. Para os segundos, as ações afirmativas podem "racializar" ainda mais a sociedade brasileira, contribuindo para a polarização "branco x negro" e ressuscitando e reforçando discriminações.

Cremos, no entanto, que tais estratégias devem ser emergenciais, com duração determinada, para superar desigualdades históricas que afetam, ainda hoje, as novas gerações de jovens negros. A perspectiva que deve prevalecer é a dos direitos, em especial aquele que garante, a todos os jovens, as reais oportunidades de educar-se em níveis cada vez mais avançados, o que inclui o ensino superior.

Posicionar-se favoravelmente às ações afirmativas, inclusive às cotas, não impede, entretanto, a afirmação da necessidade de um intenso debate e acompanhamento das políticas desenvolvidas. É, inclusive, imperativo que mais jovens possam se informar e se posicionar sobre a temática. Na Pesquisa Juventude Brasileira e Democracia (Pólis/Ibase, 2005) chamou a atenção o fato de que tais iniciativas são desconhecidas pela maioria dos jovens. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, dos 1.400 entrevistados, 95,3% não souberam informar o que eram cotas. Entre esses, cabe destacar a desinformação daqueles que se declararam pardos e negros: respectivamente 1,4% e 1,8% souberam responder corretamente a questão.

Posicionamentos e participação nas decisões políticas necessitam de acesso à informação. Por isso, é importante que se aponte o desequilíbrio da cobertura da imprensa sobre a questão, que ora produz editoriais bastante tendenciosos sobre as cotas, majoritariamente contrários, ora silenciam. Com esse boletim, apresentamos reflexões de diferentes segmentos envolvidos no debate: pesquisadores favoráveis e contrários, liderança de movimentos juvenis e jovens beneficiários das cotas. Por fim, apresentamos um quadro contendo os argumentos favoráveis e contrários à implementação das ações afirmativas.

 

  Artigo: O que tenho a ver com isso? Uma perspectiva juvenil sobre as ações afirmativas
   
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