Ontem (12), a equipe do jornal Correio Braziliense visitou o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Céu Azul, bairro de Valparaíso (GO), onde adolescentes dividem espaços com adultos. Apesar de separados por celas ou salas, eles convivem sem qualquer tipo de vigilância. Faltam agentes carcerários, delegado, investigadores e assistência médica
No local foram encontradas 10 mulheres em uma cela com capacidade para no máximo quatro pessoas cada. Duas delas estão grávidas e jamais fizeram exames pré-natal desde que descobriram a gravidez — sendo que os três primeiros meses são os que mais exigem atenção médica. Em outra cela está um adolescente de 16 anos. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que a manutenção de mulheres no Ciops de Céu Azul ocorre porque não há presídios femininos no Entorno do DF. O argumento da ausência de instalações adequadas também foi usado para justificar a situação do garoto. O grupo feminino e o jovem perderam o direito ao banho de sol diário. Como adultos e menores de 18 anos não podem dividir o mesmo espaço em uma cadeia — mesmo que improvisado —, ninguém tem permissão para sair dos cubículos. A Secretaria divulgou ainda que o menino está na unidade por ordem da Justiça local, mas hoje será transferido para o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Luziânia (GO).
Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário do Congresso Nacional visitam hoje (13) pela manhã unidades prisionais de Planaltina de Goiás e Formosa. As vistorias foram marcadas por causa de denúncia publicada pelo Correio na última sexta-feira, quando uma menina de 14 anos ganhou a liberdade provisória após duas semanas detida com quatro mulheres na Cadeia Pública de Planaltina de Goiás.
Publicado originalmente em 13/02/2008
Pelo jornal Correio Braziliense (DF), por Guilherme Goulart