O aumento na taxa de desemprego provocado pela crise afeta sobretudo a população mais jovem, afirmou hoje o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Em março, a taxa de desemprego para a faixa etária de 16 a 24 anos subiu para 21,1%, a maior desde agosto de 2007. Em fevereiro, a taxa para esse grupo era de 18,9%
Segundo Azeredo, a taxa para essa faixa da população é geralmente mais alta porque falta qualificação e experiência, dificultando a inserção no mercado de trabalho. "Com a chegada da crise e um número maior de pessoas procurando trabalho, a qualificação e a experiência vão falar ainda mais alto", disse.
No que diz respeito ao desemprego por anos de estudo, Azeredo disse que a faixa mais afetada pela crise é a de desocupados com oito a 10 anos de estudo, ou seja, que não completaram o ensino médio. Para esse grupamento, a taxa de desemprego subiu de 10,3% em fevereiro para 11,3% em março.
Setores
A indústria foi o setor da economia mais afetado pelo aumento do desemprego em março, disse também o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE. A taxa de desemprego do setor praticamente dobrou de outubro do ano passado (3,1%), mês que marcou o início dos efeitos da crise na produção industrial, para março deste ano, quando chegou a 6,1%, a maior taxa de desemprego industrial apurada pelo instituto desde julho de 2003. Em fevereiro, a taxa de desemprego havia sido de 5,4% no setor.
"Há um cenário econômico que não está favorável, sobretudo para a indústria, e isso tem efeitos no mercado de trabalho", observou Azeredo. Em março, o número de pessoas ocupadas na indústria caiu 1,5% ante fevereiro e recuou 1,2% ante março do ano passado.
Por outro lado, as maiores expansões no número de ocupados no mês passado foram apuradas no grupamento de educação, saúde e administração pública, com alta de 2% ante fevereiro e de 3,6% ante março de 2008.
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